Virei a putinha do melhor amigo do meu namorado (PARTE I)

Notas: O conto será publicado aos poucos, por capítulos, pois quero me aprofundar e tornar melhor a experiência de leitura para vocês!

Capítulo 1

Eu tinha um crush em Eduardo desde o ensino fundamental. Me aproximei dele, mas apenas o suficiente para ser sua amiga. Daí, depois de algum tempo decidi saber sobre seus sentimentos e buscar ser sua namorada. Para isso, contei com a ajuda de Rafael, o melhor amigo dele.
Apesar disso tudo parecer fofo e romântico, não foram bem assim que as coisas correram ao longo do tempo.
Meu relacionamento com Eduardo estava indo muito bem, mas eu percebia que Rafael não gostava muito de mim e isso me deixava intrigada.
No terceiro ano do colegial fizemos o Enem, como era de se esperar. Eu atingi uma boa nota e, por isso, fiz minha matrícula na graduação. Já meu namorado, não conseguiu a nota para o curso que queria e decidiu estudar mais um ano.
Morávamos em uma cidade pequena e daí tínhamos que nos mudar para conseguir estudar. Meus pais, infelizmente, não tinham como me ajudar e vi minha graduação ameaçada.
(…)
– Ed? – o chamei de forma carinhosa.
– Oi amor! – ele disse ao atender o celular.
– Estou preocupada com uma coisa. Pode falar agora?
– Sim. O que houve?
– Conversei com meus pais ontem. Eles disseram que não poderão me ajudar com a faculdade. 
– Eu imaginei. Ainda mais agora que sua avó ficou doente, não é?
– Sim. – assenti, embora ele estivesse do outro lado do celular e não pudesse me ver.
– Eu estava pensando em algo, mas não sei se você vai concordar.
– Em que?
– Como você sabe, o Rafael estuda lá. Talvez você possa ficar com ele durante um tempo.
– Acha que ele não ficaria incomodado?
– Não sei, eu vou conversar com ele primeiro.
– Se desse certo, seria muito bom.
Sorri de canto. Talvez aquela fosse mesmo uma boa saída.
– Depois que eu passar e for morar lá também, você pode ficar comigo.
– Obrigada pela ajuda, amor.
– Não é nada. Depois que eu falar com ele te aviso algo.
– Ok.
Logo mudamos de assunto. Confesso que fiquei bastante curiosa para saber onde aquilo terminaria, mas não comentei isso com meu namorado para que ele não pensasse nada errado.
(…)
Após alguns dias Eduardo realmente falou com Rafael. Este disse que provavelmente daria certo e que depois falar comigo sobre isso.
Resolvi esperar. Era um dia de terça-feira quando o Rafael mandou mensagem para mim.
– Boa noite. Kayla?
– Oi Rafael. Boa noite.
Deitei-me na cama e fiquei com o chat aberto esperando por mais mensagens.
– Eduardo falou comigo que você queria um lugar para ficar, não é?
– Sim.
– Então, eu não estou exatamente numa casa… Mas acho que dá para dividir com você.
Rafael disse que estava na verdade numa pensão. Falou que o quarto era grande e que também havia banheiro. As refeições poderíamos ter ali na pensão ou comprar na faculdade por um preço bem acessível.
Segundo Rafael, poderíamos ficar no mesmo quarto sem problemas. Contudo, não poderíamos levar outra cama, pois isso era contra as regras da pensão.
Minha ideia foi levar um colchão inflável, assim eles não desconfiaram de nada. Para ele essa também foi uma boa ideia e fechamos assim.
A conversa aconteceu de forma pacífica e ele foi simpático o tempo inteiro, o que me surpreendeu bastante, visto que na maioria das nossas outras conversas ele demonstrava ódio gratuito por mim ou fazia comentários maldosos.
Imaginei que morar com ele e ouvir essas coisas diariamente fosse bem frustrante, mas eu não havia escolha naquele momento. Ademais, nossos cursos eram integrais e, dessa forma, não ficaríamos assim tanto tempo juntos.
– Eu vou para a cidade uns três dias antes, porque ainda tenho uns documentos pendentes para levar à universidade. Se quiser vir comigo, pode ser.
– Eu vou apenas um dia antes. À tarde, para ser mais específica.
Já havia conversado com meus pais e explicado toda a situação. Eles ficaram felizes que eu consegui alguém para me ajudar, mas me pediram muito “juízo” durante esses meses longe de casa.
– Tudo bem. Me avise quando chegar na cidade para que eu possa te esperar. – Rafael disse.
– Está certo. Avisarei sim. Muito obrigada.
– Por nada.
Nossa conversa acabou exatamente ali. Algo me dizia que muita coisa mudaria dali em diante…
(…)
– Vou sentir muita sua falta, meu amor! – Eduardo me abraçou fortemente.
– Eu também, Ed! – beijei sua bochecha – Mas sabe, não é tão longe assim. Eu posso vir em alguns fins de semana.
– Ou eu posso ir, já que o Rafa é meu amigo também.
– Sim.
Eduardo sempre foi extremamente ciumento, mas naquela situação ele estava agindo de forma tão tranquila que eu chegava a me assustar. Ele realmente confiava tanto assim em mim? Confiava tanto assim em Rafael?
– Obrigada por toda a ajuda. Em breve, nós estaremos morando juntos.
– Tenho certeza que sim. – sorriu.
Depois de mais alguns beijos e abraços entrei no ônibus. A viagem durou cerca de duas horas e quarenta minutos.
Ao chegar olhei ao redor na busca por Rafael. Já havia algum tempo em que não nos víamos, então eu não sabia ao certo se o reconheceria.
– Kayla?
Encarei o dono da voz e sorri. Era ele.
Rafael já havia começado a faculdade um ano atrás, por isso já deveria estar no seu terceiro semestre.
– Oi!
Não apertamos a mão um do outro, não nos abraçamos. Apenas trocamos um pequeno sorriso.
– A viagem foi tranquila?
– Sim.
– Que bom! – sorriu.
Antes que ele passava uma “vibe” mais rebelde. Agora, parecia mais tranquilo e prestativo. Pelo visto, estudar as mentes humanas na faculdade estava mesmo o ajudando a se tornar também alguém melhor.
– Vamos indo? – ele perguntou.
– Sim.
Rafael estava mais forte, mais adulto, e isso de certa forma me impressionava.
Pegamos outro ônibus que nos levou até a pensão, que ficava exatamente na mesma rua que a universidade.
– Você vai gostar da cidade! Aqui é lindo! A praia, as praças, os bares… Gosto muito.
– Imagino. – olhei ao redor.
Apesar de ser uma cidade praiana, não era assim tão cheia e isso trazia um ar de confronto.
– O campus também é legal.
Fiquei em silêncio. Encarei-o melhor e percebi seu olhar pensativo e distante.
O que será que se passava em sua mente?
– É aqui. – ele disse ao chegarmos.
O mesmo já havia informado para a dona da pensão que eu moraria com ele. Parece que a mesma não gostou muito, mas não impediu, pois ele disse que era durante poucos meses.
– O quarto não é tão bom assim, mas dá para o gasto, não é?
– Sim.
– Afinal, somos cota LL.
– LL? – o olhei sem entender.
– Liso e Lascado.
Rimos de seu comentário. Ele retirou os óculos e os limpou na barra da camiseta.
– Pode ficar a vontade.
– Obrigada.
Assim como o Eduardo, o Rafa tinha um ar meio nerd e geek, e eu particularmente, adorava.
– Não vai avisar para o Ed que já chegou?
– Ah, é mesmo… – balancei a cabeça.
Peguei o celular e mandei uma mensagem para meu namorado. Percebi o olhar de Rafael em meu corpo de durante alguns segundos, mas nada disse à respeito.
Sempre tive dúvidas sobre o que ele pensava sobre mim. Será que me achava bonita?
Bom, para falar a verdade, eu sempre tentei ser modesta. Mas estava ciente de que tinha um corpo atraente. Meus cabelos tinham cachos longos e chegava até minha cintura. Minhas pernas são levemente torneadas e eu tenho um bumbum considerável. Além disso, meus seios grandes também parecem ser atrativos.
Será que Rafael via isso? Ou eu era apenas a namorada do seu melhor amigo?
– Onde está seu colchão? – perguntou.
– Aqui na mala.
Antes de sair tinha colocado algumas peças íntimas em cima das roupas, pois não tive tempo de guardar. Elas foram as primeiras coisas que vimos assim que a mala abriu-se.
Senti certa vergonha, afinal, sempre adorei lingeries e comprava as mais provocantes possíveis. Saber que ele estava vendo exatamente aquilo que eu vestiria nos próximos dias me causava uma sensação estranha.
– Aqui. – retirei a caixa com o colchão e entreguei a ele – A bomba está dentro também.
– Ok. Vou encher. Hoje você dorme na cama e eu aqui, afinal, está cansada. Mas… Amanhã não escapa de ficar aqui no colchão. – piscou o olho.
– Pode deixar. – sorri de canto.
Comecei a pensar em como as coisas seriam se dormíssemos na mesma cama naquela noite. Isso era estranho, estranho demais. Eu nunca havia cogitado a ideia de conversar com Rafael por mais de meia hora e agora já estávamos no mesmo quarto prestes a morar juntos.
Algo dentro de mim me dizia que aquele era apenas o começo de muitas mudanças que viriam a seguir…

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